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Os 3 Ingredientes Principais das Regras e das Consequências

  • Foto do escritor: Patrícia Loução Rita
    Patrícia Loução Rita
  • 18 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de out. de 2018


Há vários anos que ouço esta dúvida. esta inquietação, esta insegurança… por parte de pais e outros familiares, educadores, etc. em relação às “suas” crianças e adolescentes…


Como fazer com que as regras e as consequências (vulgo Castigos) funcionem? Como conseguir que sejam eficazes, nas rotinas familiares?


… daquilo que fui refletindo sobre isto e do que fui observando, percebi que, apesar de não existir nenhuma estratégia infalível, existem algumas características, que me parecem ser importantes, para uma melhor aplicação de regras e consequências e para a obtenção de bons resultados.


Acredito que, quer as regras, quer as consequências do seu incumprimento, devem ter 3 características essenciais, para que surtam efeito e façam sentido.

Devem ser:

Claras

Firmes

e Justas


Claras, porque não devem ser dúbias, confusas, ou vagas. Devem ser explícitas e sem margens para duplos sentidos, ou interpretações alternativas. Por exemplo, não basta dizer que se devem “deitar cedo” -importa definir uma hora específica. E não basta dar como consequência “vais ficar sem jogar playstation” – importa definir até quando, especificamente.


Firmes, pois devem ser aplicadas e manter-se, independentemente das palavras sedutoras 😉 e das tentativas de manipulação 😊 perfeitamente legítimas, por parte dos miúdos, mas nem por isso necessariamente atendíveis 😉

Atenção que, Firme não é sinónimo de Rígido!

Já diz a velha expressão que “a exceção confirma a regra”, o que não pode é a exceção passar a ser a regra… ou seja, a regra é para manter, salvo uma situação excecional que o justifique. Como por exemplo, a hora de deitar é às “xis” horas, mas na noite de Natal, ou de um aniversário especial, pode adiar-se, até onde for razoável. Mas firme, independentemente das “palavras sedutoras” significa, por exemplo que, se a hora de deitar pré-definida é aquela, não será pelo argumento “deixa lá… só hoje… ainda não tenho sono… amanhã compenso, etc.”, que se muda a regra. Ou, por exemplo, durante uma consequência de 1 semana sem playstation, a meio surge o argumento de “como agora já me tenho portado bem, já me podes deixar jogar… não volto a fazer, prometo…”- “Ótimo, Fantástico que te tens portado bem… estás de Parabéns! Mas a regra/consequência é para cumprir até ao fim, tal como ficou combinado”.


e Justas, caso contrário serão muito difíceis de tolerar e integrar, de forma organizadora e estruturante. O ser Humano é muito sensível à injustiça e as crianças e adolescentes são-no particularmente. Assim não devem ser dadas regras/consequências que não sejam compatíveis com a situação/incumprimento, e/ou adequadas à faixa etária. Por exemplo, deve ser pedido a uma criança, em idade escolar, que arrume o seu quarto depois de brincar, ou que mantenha organizado o seu material escolar – mas seria injusto exigir-lhe que arrume e limpe, a casa toda sozinha. Ou por exemplo, seria injusto que, perante um incumprimento ligeiro, fosse dada como consequência “agora ficas 1 ano inteiro sem playstation!” Ou ainda que exista um desequilíbrio, ou desigualdade acentuados, entre as regras /consequências, dadas a irmãos em idades semelhantes.


É claro que estas “medidas” são sempre muito subjetivas e importa que prevaleça sempre o bom senso. Contudo, perante uma situação inesperada e de “pôr os nervos em franja”, nem sempre é fácil priorizar a sensatez… por isso sugiro sempre, que tenham “à mão de semear” o truque que permite respirar fundo e decidir com “os ânimos mais leves” – “Eu agora vou pensar na consequência que vais ter e depois digo-te.”, para não correr o risco de, “no expoente máximo da irritação” tomar uma decisão excessiva, ou demasiado leve e depois sentir a necessidade de “emendar a mão”, o que não é NADA boa ideia (lembrem-se da 2ª característica-Firmes – nada de mudar a meio)… É sempre melhor ter tempo para “pensar a frio” e tomar uma decisão ponderada e justa.


No fundo, de que é que estamos aqui a falar?

No fundo, o que é que estas 3 características refletem?


Entre muitas outras nuances, estamos a falar de RESPEITO.

Respeito pelos deveres e direitos das crianças e jovens…

Respeito pelo seu desenvolvimento saudável e equilibrado…

Respeito pela sua inteligência (cognitiva e emocional), pois os miúdos captam facilmente as incoerências, sentem se houver falta de clareza, firmeza, ou justiça - mesmo em casos que existam limitações cognitivas, existe uma enorme competência emocional, que lhes permite sentir imediatamente qualquer incoerência, permissividade, ou excessiva exigência e em última análise…

Respeito pelo Amor que se sente pelos miúdos, por um Ser em crescimento e desenvolvimento, que precisa de Amor com consistência e coerência… precisa de Amor com clareza, firmeza e Justiça! 😊

 
 
 

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© 2018 Psicologia e Evolução por Patrícia Loução Rita

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