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Afinal, para que serve um processo terapêutico?

  • Foto do escritor: Patrícia Loução Rita
    Patrícia Loução Rita
  • 12 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

Este tema das terapias, processos terapêuticos, consultas psis e não psis, suscitam muita curiosidade e nem sempre existe uma noção muito clara sobre os critérios e objetivos que verdadeiramente contêm.


Algumas das dúvidas mais frequentes na área das terapias são:

- “O que é que é mais apropriado para mim?

- Tenho indicação para este tipo de processo terapêutico?

- O que é preciso para que uma determinada terapia funcione?”


E um dos aspetos que nem todas as pessoas conhecem e em relação ao qual nem sempre se questionam é a necessidade imperiosa de que uma terapia seja um processo conjunto, construído “a 4 mãos” e desenvolvido como um “trabalho de equipa”. E neste caso, por “equipa” entenda-se “terapeuta e paciente”.


Ou seja, é um processo que propõe que a pessoa percorra um caminho de desenvolvimento pessoal, autoconhecimento e autodescoberta, acompanhada por um profissional. Este processo terá que ser constituído por uma parte que é da responsabilidade técnica do terapeuta e outra parte que é da responsabilidade da pessoa que se encontra em terapia. Requer um compromisso e empenho de ambas as partes, uma vez que uma parte sem a outra não será suficiente e não poderão ser obtidos resultados terapêuticos satisfatórios.


A cada um apenas compete a sua parte e não se poderá substituir ao “outro membro da equipa”. 😉


O terapeuta apenas pode desenvolver e investir tecnicamente na parte que lhe cabe e não é possível desempenhar a parte que cabe exclusivamente ao paciente. E vice-versa.


O sucesso de uma terapia depende inevitavelmente deste fator e isto também está diretamente ligado com as características individuais de cada pessoa, com o seu estilo de funcionamento psicológico, forma de se relacionar e com o que verdadeiramente pretende, quando procura este tipo de consultas.


E é consensual que não existe nenhum terapeuta, em todo o mundo (Psi ou não Psi), por mais experiente e competente que seja, que consiga ajudar alguém que não queira ser ajudado!


E “querer ser ajudado” não significa, simplesmente, iniciar um processo terapêutico e ir às consultas… “querer ser ajudado” implica estar física, mental e emocionalmente disponível para se empenhar num “trabalho de equipa” com genuína entrega, estar disposta/o a cumprir as regras inerentes ao funcionamento de um processo terapêutico, ter a coragem suficiente para abandonar as desculpas e confrontar-se séria e honestamente consigo própria/o, com as suas dificuldades, limitações, hábitos instituídos e as velhas conhecidas maneiras de fazer as coisas…


E esta é a grande dificuldade de um processo terapêutico, pois é aqui que não é fácil!

Esta é a parte que dói e requer audácia! 😊


É a parte mais exigente e desafiante – confrontarmo-nos connosco próprias/os, estarmos dispostas/os a deslindar “os truques” da nossa mente, do nosso ego, que sempre nos propõe o que é mais fácil, mais rápido e menos doloroso… estarmos dispostas/os a confrontar-nos com estas defesas da nossa mente e simultaneamente aceitarmos assumir a Responsabilidade por elas, pelos comportamentos que adotamos e pelos resultados que obtivermos com eles (é que não são obra do acaso… apenas decorrem das nossas ações…). 😉


Assim, para que alguém possa submeter-se a um processo terapêutico que cumpra a função, ou seja, que se revele efetivamente Terapêutico,

é imprescindível que reúna, em contexto terapêutico, os seguintes critérios:


- Tenha genuíno interesse em se conhecer para lá da camada superficial que mostra ao mundo e a si própria/o;

- Honre os acordos;

- Expresse a sua Verdade;

- Esteja disposto a fragilizar-se, a expor a sua sensibilidade e vulnerabilidade e a vivenciar as suas verdadeiras emoções;

- Aceite largar os dramas, as desculpas e vitimizações;

- Aprecie desenvolver a sua capacidade de reflexão e análise, autocrítica e de se pôr em causa;

- Deseje libertar-se da sua velha e viciada forma de olhar para as suas circunstâncias e para as pessoas que a/o rodeiam;

- Esteja disposta/o a tomar Consciência de que um processo terapêutico é necessariamente um processo de mudança e querer efetivamente mudar, mudar-se (mudar-se a si e não aos outros, ou às circunstâncias). 😊


Caso contrário, se partir para uma terapia sem esta entrega e este compromisso estará a enganar-se a si mesma/o, a adulterar o processo, a desrespeitar a/o profissional que a/o recebe e em última análise, a desrespeitar-se a si mesma/o.


É, no fundo, uma questão de compromisso e, portanto, de quão comprometida a pessoa está com cada etapa do processo… e isto é possível de observar nos mais pequenos detalhes… pois tendo ou não Consciência, é nos mais simples comportamentos e nos pormenores mais subtis, relacionados com todo o processo terapêutico, que a pessoa revela o seu real grau de comprometimento… 😉


Posto isto, destaca-se que o fator diferenciador deste tipo de processo terapêutico é que só serve para quem está disposta/o a Mudar, a Mudar-se a Si e não espera que nestas consultas vamos mudar o chefe, os colegas, o pai, a mãe, os irmãos, a/o namorada/o, mulher/marido, os amigos, ou quem mais possa ser sentido como uma dificuldade.


Nestas consultas não existe a possibilidade de mudar nada, nem ninguém, a não ser a própria pessoa que se submete à terapia. E aí sim, mudando-se a Si própria/o, muito provavelmente depois, conseguirá mudar as suas circunstâncias e a sua Vida… 😊


Já diz a tal frase: Muda e o Mundo muda contigo! 😉

 
 
 

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© 2018 Psicologia e Evolução por Patrícia Loução Rita

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