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Mentir ou não mentir, eis a questão!

  • Foto do escritor: Patrícia Loução Rita
    Patrícia Loução Rita
  • 29 de jul. de 2019
  • 5 min de leitura

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Quantas vezes não ouvimos já os argumentos (ou não os dissemos já, a nós próprias/os) de que “não me apetecia responder àquela pergunta… não queria falar sobre aquilo… não me interessava que soubessem a verdade… preferia que não tivessem acesso àquela informação sobre a minha vida… e por isso menti…”

😊


E ainda “… mas qual é o problema?… não têm que saber tudo… ninguém vai perceber se é verdade ou não… nunca irão descobrir…”

😊


Pois é… o ponto é mesmo este… a questão não está nos outros, se vão descobrir ou não, no que iriam achar se descobrissem…


O ponto que se pretende aqui focar, nesta reflexão… a questão que se pretende analisar (apenas analisar, não julgar) não é relativa aos outros, não é externa… é interna, relativa a Nós Próprias/os…


… Mesmo que ninguém percebesse… mesmo que nunca ninguém descobrisse… o que é, aliás, uma possibilidade irrealista e altamente improvável… mas mesmo que fosse possível, nunca ninguém vir a saber… a própria pessoa saberia… ela sabe e saberá sempre… e vive consigo própria/o e com essa consciência permanentemente, 24 horas, dia e noite…


E não estamos aqui a julgar se isto está certo, ou errado… se é feio ou se seria de enaltecer e elogiar… se é legítimo ou não… estamos apenas a constatar que é uma Escolha… é uma opção de vida… e que quem Escolhe recorrer a mentiras para “contornar” algumas situações (seja pontualmente, num ou outro episódio concreto, mas sobretudo se o escolhe com regularidade, pois há quem viva assim diariamente, criando “cenários ficcionados” constantemente), Escolhe posicionar-se desta forma na Vida, perante os outros e perante Si própria/o, está também a Escolher Ser este tipo de pessoa, pois as nossas Escolhas definem-nos como pessoas, “falam por nós, dizem que tipo de pessoas somos, falam em nosso nome” (já usei estas expressões noutro texto aqui 😊)…


Pelo que, fazendo esta Escolha, de mentir para lidar com determinadas questões, está a definir que tipo de pessoa pretende Ser, está a dizer “ao Mundo” e aos outros que tipo de pessoa É… mas PRINCIPALMENTE, está a dizê-lo a Si Própria/o, está a mostrar a Si mesma/o Quem É… e depois vive permanentemente consigo própria/o, vive consigo para sempre… sabendo disto e tendo esta Consciência…


E então, pensemos…


Como é que imaginam, que esta pessoa se SENTE?

Como imaginam que vive?

Que imagem imaginam que esta pessoa tem de Si própria?


E a sua autoestima, como estará?

A sua autoconfiança?

A sua relação consigo própria/o, com a Vida e perante os seus Sonhos e as suas capacidades?


Será que Confia em Si?

E a sua motivação?

E a sua felicidade por Ser Quem É? Como estarão?


É TUDO… como sempre… uma questão de Escolha… 😉


E é TUDO… também como sempre (nem poderia deixar de o ser)… uma questão de Responsabilidade por essa Escolha (não é culpa, é Responsabilidade)…


E é TUDO… (e mais uma vez) como SEMPRE… uma questão de, depois se viver com as consequências dessas nossas Escolhas… as externas, perante os outros e perante a Vida… mas antes de mais, as internas… as que moram connosco, dentro de nós…


… que são a nossa opinião em relação a nós mesmos (a verdadeira… não estou a falar do que o nosso ego inventa e das defesas que arranja, para não se confrontar com a realidade… falo das verdadeiras, as profundas, aquelas que no fundo SABEMOS e nada apaga)…


… e que são as nossas EMOÇÕES e o que SENTIMOS por nós mesmos… e estas sim, são as mais prevalentes, as que vigoram e nem as defesas do ego eliminam, ou minimizam (apenas mascaram)… estas sim, são preponderantes e nos lembram, a cada dia, Quem Somos em cada pequenina situação… e espelham que impressão temos da Pessoa que Somos…


E perante isto tudo, como fica o nosso Amor Próprio?


Fica exatamente como nós o cultivámos, ao longo da Vida e cultivamos a cada Escolha atual… e fica precisamente como um reflexo fiel de tudo o que temos Escolhido e Criado…


Então podemos tentar colocar-nos, por breves instantes, “de fora”, observar e analisar, com a perspetiva distanciada de observador… olhar para nós “vendo-nos de fora” e perguntar-nos…


Se “aquela pessoa” (que Sou EU) tomar aquela atitude, dizendo e perpetuando aquelas mentiras, continuando, por isso, a fazer aquele tipo de Escolha

Vou admirá-la?

Vou Amá-la?

Vou ter orgulho nela?

Vou Confiar nela?...


… Seria uma pessoa que eu gostaria de ter como amiga, como próxima, com quem eu gostaria de me relacionar de perto?

Seria uma pessoa digna do meu respeito, do meu carinho, da minha atenção, do meu cuidado?


Se sim, segue essa mesma linha de atuação! 😊


… Mas se não, se não irias admirar e respeitar essa pessoa, que vive perpetuando mentiras… se não irias Confiar nela…


Então…


… Então porque motivo será?...

… O que te parece que faria com que não quisesses essa pessoa como amiga/o próxima/o?...

… Porque não gostarias de privar com essa pessoa?...


Mas isto significa que é errado?

Que é pecado?

Que é feio?

Que não se pode mentir?

😊


Pode. 😊

Claro que pode mentir. 😊

Tudo depende do que cada um Escolha. 😉

(e não, não estou a ser irónica.)


Aqui não se pretende classificar de “errado, pecado, feio”… nem se é ou não “proibido”…


… Pretende-se apenas clarificar a TOTAL Liberdade de Escolha que cada um de nós tem, de mentir ou não… e a completa Responsabilidade pelas consequências que daí resultarem… PRINCIPLAMENTE as internas… as que se manifestarem na Emoção que a pessoa nutre por Si Própria/o, no que SENTE pela Pessoa que É…


Quer então isto dizer que, se a Pessoa quiser ser verdadeira, não quiser optar pela mentira, tem que contar tudo sobre si… tem que expor a sua vida… tem que deixar de ter direito à sua privacidade?


Claro que não. 😊

Nem pensar!... Não “tem que” nada!


Mas pode Escolher… pode optar por responder apenas ao que entenda… por falar apenas do que queira partilhar… pode revelar apenas a parte que decida e não expor detalhes que queira preservar…


… e só a nós cabe decidir se e a quem contar o quê. sobre a nossa Vida…


… pois omitir, não é o mesmo que mentir…

… mas a Escolha é mesmo de cada um…

… e sem dúvida que nos define como Pessoa!


Até porque, optar por mentir sobre diversos aspetos da nossa Vida e sobre nós mesmos (o que fizemos e não fizemos, como somos e como vivemos), é passar uma imagem ilusória de nós e da nossa Vida… é transmitir uma ideia falsa de quem somos… é mostrar um cenário ficcionado da nossa Vida e de nós mesmas/os…


… E na tentativa de passar “boa imagem”, de “fazer boa figura”, iremos atingir o objetivo?

Iremos construir uma boa opinião nas outras pessoas, em relação à nossa Vida e a nós mesmas/os?

Pois se o que estamos a mostrar de nós é mentira… se é inventado, alterado, ficcionado…

… Mesmo que alguém “goste” e ache “muito bem”, não será de nós que está a “gostar”, nem da nossa Vida que está a “achar muito bem”… pois aquilo não somos nós, nem é a nossa Vida… não é verdade, não existe…


E nós sabemos isso…

E lá vem outra vez a falta de autoestima… Porque será?!...


… Assim estamos a construir a nossa CONSCIÊNCIA de nós próprias/os, a nossa autoestima, a nossa autoconfiança e a nossa MOTIVAÇÃO para a Vida… para a nossa VIDA… a nossa vontade para acordar a cada novo dia, sabendo que vamos estar mais um dia CONNOSCO MESMAS/OS…


… E estamos sempre a tempo de construir e de reconstruir…

Estamos sempre a tempo de nos tornarmos uma Pessoa digna de Confiança… digna da Nossa Própria Confiança! 😊


Estamos sempre a tempo de acordar com vontade de estar com ESTA Pessoa, de viver com ela, de a Amar, de a nutrir, de a respeitar, de a admirar e de a SENTIR… 😊


… De Sentir vontade de Viver esta Vida com esta Pessoa e por esta Pessoa, pois sabemos que a Vida Vale a Pena, com esta PESSOA (que somos nós próprias/os), com a Nossa Verdade!😉

 
 
 

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© 2018 Psicologia e Evolução por Patrícia Loução Rita

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