Escolhemos ser Coitadinhas/os, ou Conscientes?
- Patrícia Loução Rita
- 7 de jul. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 9 de jul. de 2019

Há opções de Vida, bem distintas umas das outras… e por mais incrível que pareça, existe quem opte por se posicionar na Vida, com o papel da vítima…
Quando digo “incrível”, refiro-me ao facto de ser uma opção… por poder ser difícil de acreditar que seja uma Escolha e não ao facto de a Escolha ser viver como vítima (consciente ou inconscientemente)… pois isto já é perfeitamente “crível”, tendo em conta todas as pseudo vantagens, mais valias, benefícios, facilidades e comodidades (chamo-lhes “pseudo”, pois são falsas vantagens, são apenas “aparentes” benefícios, uma vez que são uma total ilusão, que só inibem o crescimento), que obtém por ser a vítima e coitadinha/o… e é tão incrível, que há mesmo quem nunca se tenha dado conta, de que isto É uma opção… de que “vestir o papel da vítima” e estar constantemente a alimentar as queixas e lamentos, possa ser opcional… mas É!
Assim, existem pessoas que Escolhem passar a Vida a queixar-se do que “os outros lhes fizeram… de como são infelizes e incompreendidas…”, ou do que “lhes aconteceu” (pois não consideram apenas que são vítimas dos outros, mas também das circunstâncias da Vida… como se fosse uma questão de “azar”) e isto, no fundo, é ter o foco fora de nós, nos outros, nas circunstâncias e no exterior… no fundo, é uma fuga de nós próprias/os e uma desresponsabilização, pelo que construímos nas nossas Vidas!...
Enquanto andamos ocupados com “o que alguém nos fez”, ou “o que nos aconteceu na vida”, não estamos a “olhar para dentro” e a perceber o que ainda não alcançámos… que parte de nós ainda não conhecemos… e que esta vitimização é apenas uma forma, de nos afastarmos da nossa própria Responsabilidade, por cada Escolha nossa… é achar que na Vida há erro, que algo está errado, que não deveria ser assim e deveria ser de outra maneira… no fundo, é achar que nós é que sabemos como deveria ser e não ser, a Vida… é achar que as consequências das nossas opções, não deveriam surgir… que o curso da Vida não deveria seguir naturalmente e que não deveriam surgir as repercussões, de cada comportamento nosso…
Quando, finalmente, paramos de apenas “olhar para fora”, passamos a “focar dentro” e a perceber que tudo tem um significado… em vez de nos estarmos a lamentar do “mal que os outros nos fazem, do que não nos dão, de não nos compreenderem…”, começamos a descobrir os lados em que “ainda não Somos” (no sentido de ainda não nos conhecermos, não nos exercermos nesse “tema” e por isso, ainda não estamos a Ser nós próprias/os nessas situações), os nossos “lados sombra”, em que ainda não nos encontrámos…
E começamos a perceber que só nos podemos mudar a nós… que só nos podemos transformar a nós… deixamos de perder tempo a apontar as supostas falhas dos outros e passamos a estar disponíveis para nos olharmos e reconhecermos, assumindo perante nós próprias/os, o que ainda temos para progredir… deixamos de nos enganar e passamos a reconhecer a Nossa Verdade!... (custe, o que custar… sim, porque não é fácil 😉)…
Deixemo-nos de “Me… Me… Me…”… de nos achar umas vítimas e passemos a responsabilizar-nos pelas nossas Escolhas e pelas consequências das mesmas… pela Vida que temos construído e nos trouxe até “aqui”, ao momento atual e pela que estamos a construir a cada dia… amanhã teremos a vida que estamos a construir hoje… por isso, não existe o “coitadinha/o de mim… que pena que eu tenho de mim própria/o…” e “bora lá” passar a ser “crescidinhos”… 😉
E esta postura de vítima, geralmente gera dois tipos de reações bastante distintos (mas nada aleatórios) nos outros…
… Há os que, por ainda estarem naquele mesmo registo de que “ a mim fizeram-me isto e isto… são uns estes e uns aqueles… tenho tanto azar…” e que, por ainda não reconhecerem em si próprias a capacidade e Liberdade de Escolha e de construir as suas Vidas, assumindo essa Responsabilidade, se identificam (de forma inconsciente) com estas “supostas vítimas” e vão lá servir de plateia, prestar vassalagem, fazendo assim a manutenção de todas aquelas queixas, de toda aquela desadequação, de toda aquela infantilização, de toda aquela desresponsabilização, tornando-se corresponsáveis e coautores da manutenção deste tipo de padrão de funcionamento… São os que se demitem de Escolhas Conscientes e nunca se consciencializam de que, a cada situação diária, em que agem dessa forma, estão a continuar a construir a mesma Vida, as mesmas circunstâncias, que viveram até então…
… E há os que, por já se terem responsabilizado pelo seu próprio processo de evolução, pelo seu crescimento, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e por isso, pelas suas Vidas, reconhecem facilmente quem ainda não o fez e se continua a colocar no papel de “coitadinha/o de mim, que sou tão infeliz e tão incompreendida/o!”… reconhecem de forma natural, quem se está a autoboicotar e a não querer ver que é responsável pelas Escolhas que faz… e por isso , por o reconhecerem imediatamente, não se “misturam” com este tipo de funcionamento, não se deixam iludir nem manipular e não se sentem disponíveis para ”alimentar” isto, para “aturar” isto, não estão disponíveis para tal (até porque, sabem que não estariam a ajudar, muito pelo contrário, só estariam a prejudicar e a contribuir para que essa pessoa seja cada vez mais infantilizada e desconectada de si própria), sentindo estas pessoas como muito “chatas”, desinteressantes, maçadoras e manipuladoras…
Ou seja… e mais uma vez… “Tudo começa dentro!”
… Portanto, nunca vamos conseguir identificar “fora”, aquilo que ainda não reconhecemos “dentro” (dentro de nós… em nós)! 😊
E é esta a base, o alicerce, para a Escolha de cada um de nós… Identificar, Reconhecer, Tomar Consciência… ou não… define o que fazemos a seguir…
Pois a Escolha, como sempre, é de Cada UM/A. 😊
Ah e claro está, a Responsabilidade por essa Escolha e naturalmente, pelas consequências da mesma, também! 😉 (não me cansarei de repetir isto 😉)
Podemos Escolher demitirmo-nos da Liberdade de Escolher que tipo de pessoa queremos Ser e que Vida queremos construir… e demitirmo-nos da Responsabilidade de todas as consequências que daí decorrem (as positivas, as negativas, as diretas, as indiretas… a curto, médio e longo prazo…), permanecendo “presos e amarrados” a este “marasmo” da “mesmice” de sempre, deixando-nos “ir com a corrente” e ser “levados para onde nos querem levar”, dentro da velha e habitual maneira de “fazer as coisas”, como se fossemos uns “totózinhos” sem capacidade pensante e decisória autónomas…
Ou podemos Escolher Tomar Consciência de nós próprias/os, da nossa Liberdade e inseparável Responsabilidade pelo que Escolhemos e/ou pelo que permitimos (ou não) que nos “imponham, exijam, incutam…”
Dito de outra forma, podemos Escolher continuar a ser uns “coitadinhos” desresponsabilizados, ou podemos Escolher quem Verdadeiramente Somos, Escolher-nos a Nós, à nossa Verdade, assumindo TODAS as consequências que isto possa ter e exercendo em pleno, a nossa Liberdade de SER Quem Somos, sem máscaras, desculpas ou disfarces! 😉
O que Escolhes? 😉
Comments