Como nos sentimos, depois de Sentir? 😉
- Patrícia Loução Rita
- 18 de dez. de 2019
- 3 min de leitura

Quando pensamos ou falamos em Sentir, qualquer um de nós considera maravilhoso Sentir emoções positivas e agradáveis… e qualquer um de nós acha muito penoso e prefere evitar, Sentir emoções negativas e dolorosas.
Mais do que isto… frequentemente, o nosso ego (a nossa mente) convence-nos de que escapar às emoções dolorosas, tapá-las e não nos deixarmos fragilizar, é sinal de força e é, por isso, demonstrarmos que somos fortes!... Mas é precisamente o contrário!… Pois fragilidade não é sinal de fraqueza, é apenas sinal de sensibilidade e de plena conexão com a nossa Essência!
A nossa Essência, vive e alimenta-se de emoções… são as emoções que a sustentam, que a revigoram, que a validam e sobretudo, que nos ligam a ela, que nos conectam connosco próprias/os… Vivenciar Todas as emoções, as boas e as más (ou melhor dizendo, as fáceis e agradáveis e as difíceis e dolorosas, pois são todas “boas”, no sentido em que são todas importantes e Essenciais – da nossa Essência 😉) representa vivenciar a plenitude de cada experiência que a Vida nos propõe e só assim, vivenciá-las de forma significativa e evolutiva.
Pelo que, conectar com as nossas emoções… conectar connosco… permitirmo-nos ficar sensíveis, permitirmo-nos ficar frágeis e vulneráveis às emoções, não é sinónimo de fraqueza… pelo contrário, requer muita coragem para experienciar a vulnerabilidade de vivenciar todas as emoções, sem fugir e sem construirmos uma redoma ou uma armadura à nossa volta, “alegadamente protetora” (o nosso ego alega esta característica protetora das “redomas” e “armaduras”, repetidamente… e esta ideia de que nos estamos a “proteger”, é só mais uma ilusão que o nosso ego cria… pois de protetor, isto não tem nada… bem pelo contrário!)… ficar sensível requer audácia e ousadia para nos permitirmos ficar expostos às nossas próprias emoções, às diversas experiências que a Vida nos traz e aos sentimentos por elas desencadeados.
E porque é que isto é assim tão importante?
Para que é que isto serve, afinal?
Porque é que não posso apenas “travar” as emoções negativas, e “proteger-me” delas?
E porque é que tenho que me expor às emoções dolorosas e sofrer com isso?
“Porque é que não pode…?”
Claro que pode. Poder, pode. Cada um é Livre de fazer a sua Escolha. (E depois é Responsável pelas consequências dessa sua Escolha. Não se trata de “castigo”, mas apenas de Consequências.)
“E porque é que tem que se expor às emoções dolorosas…?”
Não “tem que”. Não é uma questão de “ter que”, nem de “dever” ou “obrigação”, é apenas uma questão de ter essa possibilidade, essa oportunidade. mas utilizá-la ou não, decorrerá sempre da Liberdade de Escolha de cada um.
E depois… inevitavelmente… cada um vivenciará o resultado daquilo que escolheu! 😊
“E porque é que isto é assim tão importante?
Para que é que isto serve, afinal?”
Porque quando negamos as emoções negativas, fazemos de conta que não existem em nós, supostamente “não lhes ligamos”, as ignoramos e as travamos, elas não vão a lado nenhum… não desaparecem… ficam ali… dentro de nós… ficam fechadas e presas no peito… ficam connosco, como que anestesiadas, em freeze, em pausa, como que adormecidas… mas estão lá… estão vivas… meio que inertes, mas vivas… meio apagadas, adormecidas, mas presentes em nós e prontas a “reacender” a qualquer momento, a qualquer gatilho que as desperte…
Já todos ouvimos falar de pessoas que têm depressões “aparentemente do nada”, sem causa identificada, ou uma tristeza profunda cuja origem não conhecem. Em muitos destes casos, existe na base uma profunda desconexão das suas emoções e uma arrastada postura de “passar por cima das emoções”, não se permitindo vivenciá-las e processá-las, que desemboca, mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor intensidade, num estado emocional que remete para sentimentos de tristeza, vazio, falta de sentido ou incapacidade em compreender os seus próprios sentimentos… E este é apenas o reflexo mais comum do não processar as emoções dolorosas.
Por isso é que importa SENTIR 😊
É precisamente para evitar situações futuras mais difíceis e emoções mais dolorosas, que importa vivenciar cada emoção no exato momento em que surge, no tempo certo… que é o tempo em que elas “brotam”!
E isto não implica andar a chorar a toda a hora, nem em público, ou à frente de qualquer pessoa… chorar pode ser um ato privado, um sentir muito particular que requer recolhimento… no momento e no sítio certo…
Ficar… apenas isso…
Ficar… assim… triste… chorar o que necessitar… sem vitimização… apenas porque dói…
Ficar… e permitir doer…
“Deixa doer, para passar depressa!” 😊 Já dizia alguém muito iluminado 😉
Apenas isto…
Simples assim!...
E depois pronto…
A Vida segue… mais leve… mais solta… e mais plena! 😊
Não fomos fracos, nem ficámos mais fracos.
Fomos apenas genuínos, íntegros e corajosos…
E ficámos apenas mais inteiros, mais autênticos e mais Livres! 😊
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