Afinal, o que é “EMPATIA”?

Esta é uma palavra muito usada atualmente… Ouvimos frequentemente alguém dizer que “sentiu empatia com a pessoa X”, ou que “houve logo empatia entre nós…”, querendo com isto significar que, sentiu afinidade com a pessoa, se sentiu à vontade, que notou alguma facilidade na interação, etc.

Mas este não é o verdadeiro significado da palavra “Empatia” e não é este o contexto em que é adequado aplicá-la. Apesar de, com a habitual e frequente utilização desta expressão, neste sentido, se ter “interiorizado” no senso comum, que é este o seu significado e contexto em que se deve usar, isto não passa de um equívoco.

O que, em rigor e de forma fiel à sua etimologia, a palavra Empatia significa é “Em”=dentro e “patia”=sentimento, ou seja a capacidade de nos colocarmos “dentro” do que a outra pessoa está a sentir… sentir o mesmo que ela. 😊

É aquilo a que os ingleses chamam de “pôr-se nos sapatos do outro” e que nós designamos por “pôr-se no lugar do outro”, ou “na pele do outro”.

Ser empático é conseguir compreender o que alguém está a sentir, quer quando o outro o explica, quer mesmo sem que diga nada… mesmo sem o outro expressar como se sente, que emoções está a vivenciar, ser empático é conseguir sentir e compreender o que alguém sente, mesmo apenas com base no “não verbal”.

E compreender o que alguém sente, não é sinónimo de concordar! Existem pessoas que têm imensa dificuldade em dizer “eu percebo… eu compreendo” por acharem, consciente ou inconscientemente, que ao dizer que entendem, é como se estivessem a dizer que concordam… 😊

Mas maioritariamente, a marcada dificuldade que muitas pessoas têm em ser empáticas, em compreender o que alguém sente, está intima e diretamente relacionado com a enorme dificuldade e resistência que têm, em se entender a si próprias… em reconhecer as suas próprias emoções, os seus próprios sentimentos…

E nós não conseguimos compreender nada, “ver” nada em ninguém, sem que primeiro o consigamos compreender e “ver” em nós mesmos! 😉

Assim, ser empáticos com os outros, é antes de mais sê-lo connosco próprios, conseguirmos “ver-nos por dentro”, reconhecer as nossas emoções, as nossas fragilidades, as nossas defesas, as nossas necessidades… no fundo, sermos gentis e sensíveis connosco próprios. 😊

E isto também nos dará melhores condições para desenvolvermos a capacidade de reconhecer no outro, aquilo que ele sente, mesmo sem ele ter que nos explicar. 😉